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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

...

oitenta e oito
martela no meu peito
qual a probabilidade de se chegar aos 90
e quem sabe, mais um pouco
oitenta e oito
me treme no peito
me dói a alma
me vira do avesso
é tanta estrada
é tanto tempo

queria saber lidar com isso..

regina ragazzi

...

Pqppppp que cagaçooo.merdaaa!!!
Só faltava essa pra completar o dia
( que agora já foi ontem, quase hoje)
Fui eu tomar banho. Entro no banheiro, tranco a porta e...
Tharãmmm! Quem adivinhar ganha um doce.
Olho pra parede, bem na quina do batente da porta( reparou que eu to prá quina hoje?)Segunda vez que eu escrevo essa azarenta) . Pois bem, o quê,
aliás, quem eu vejo?? Uma filha da puta de uma barata voadora.
Pqppppp de novo!!
Corri o olho em volta atrás de uma vassoura. Cadê a vassoura?? Não tem vassoura. Não posso abrir a porta porque ela tá lá. 
To presa dentro do banheiro. Que desespero!
O SBP!! Olho pro basculante. Ta lá.
Não é que o troço não funciona . Aperto, viro pra cá, viro prâ lá e nada. Aí, que vontade de chorar. Eu ODEIO barata.
Não tem jeito. Grito o marido- traz uma vassoura, abre a porta devagar...Como ele vai abrir se tá trancada? 
Aí meu Deus, tenho que destrancar a fechadura.
E a coragem, onde vou arrumar?
Respirei fundo e fui pé ante pé, de olho na danada.
Com muito cuidado estiquei o braço e devagarinho
virei a chave. Ela ficou lá paradinha.
Corri pro cantinho da parede do outro lado.
Ele abriu a porta e da-lhe vassourada! A filha da puta caiu no chão ainda viva tentando se safar.
Não é que o marido pegou o SBP e apertou uma vezinha só
e funcionou!
Affff
cê num tá entendendo. Eu tenho pavor dessa criatura nojenta, voadora aínda por cima.
Tá certo, eu sei que é a segunda vez que eu falo dela.
Mas gente, eu tinha que falar.Eu tinha.
Espero que seja a última.
Vou mandar dedetizar minha casa.
Bom, agora dá liçenca que eu vou finalmente tomar meu banho.
Mas eu tô de olho!!
Boa noite!

filosofando...

penso
(e)
logo
desisto

regina ragazzi

domingo, 19 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

...
Sim, eu beijo a santinha na cabeceira da cama todo dia quando acordo, quando me deito e quando saio de casa.Peço a ela proteção. Peço calada, mas sei que ela me ouve. Crença, vícío, mania, loucura. Seja lá o que for, sinto que me alivia, que torna mais leve o passo que dou.
Sou ruim prá reza. Um pai-nosso, uma ave-maria, e um agradecimento por mais um dia vivido. Sempre assim.
Antigamente era diferente. Uma conversa informal com Deus toda noite. Ele me ouvia e falava comigo. Depois, (houve um tempo), que parei de falar com ele. E joguei em seus ombros o peso das coisas que eu não conseguia carregar nos meus. Eu o culpei pelos avessos que vivi, pelo que ele me tirou, sem considerar o que ele me deu depois. Eu não queria uma troca, queria mais e mais. Sempre mais.
Demorei para amadurecer e perceber o tamanho do meu egoísmo,
da minha falta de humildade, de entender que o mundo era bem maior que o meu espaço.
Foi um tempo difícil. Nunca me senti tão só, tão desamparada.
Mas o tempo passa e cicatriza nossas feridas.
Tudo agora é passado. E passado passou.
Eu beijo o crucifixo pregado na parede do quarto.
Exagero!? Não sei.
regina ragazzi

domingo, 5 de fevereiro de 2017

...

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Não sei escrever poemas de amor. Isto é fato. Não porque não o sinta, mas porque acho difícil falar sobre algo que prá mim é todo sentimento e não palavra.
Sempre me acho pequeno e incapaz de dizer sobre o amor o tamanho exato do que vai no meu peito.
E quanto maior o sentimento mais me foge o verso. Não elucido.
Admiro quem com as letras consegue defini-lo, poetisa-lo.
Amor é sim poesia, mas em mim acontece só por dentro.
Até já tentei algumas vezes, poucas tive sucesso no quesito sinceridade,. Eles vinham floreados de palavras escolhidas entre as mais belas de efeito arrebatador.Mas era só.
Amor é esse dia-a-dia. Conversa de dois, de três, de dez, à medida que cresce a família, o rol dos poucos amigos, e daqueles que de alguma forma nos toca o coração.
Poemas, não os faço, mas estão guardados em cada canto da casa que habito e andam de par comigo no desenrolar dos meus dias.
.regina ragazzi

sábado, 4 de fevereiro de 2017

finda o janeiro e só agora me dou conta
os dias têm sido tão iguais, na vida, nos jornais.
a gente espera uma nova notícia, e ela não vem
o reality show continua no ar, dentro e fora da tv.

o vizinho fuma o mesmo cigarro à 50 anos
e meu pai tenta repetir aquela antiga frase que eu ouvia sempre quando criança"dias melhores virão" mas já não há tanta convicção na voz dele.
as promessas de final do ano já estão esquecidas e o que importa agora é vestir a fantasia para desfilar no carnaval( agora sem data)
janeiro finda e a mesma chuva arrasta a cidade de pedra (haja coração!)
e a gente se agarra num fio de esperança cada vez mais fino
janeiro finda e faz tanto frio!!


regina ragazzi

sentimentalismo...

esse trem que apita ao longe tem história.
eu desconheço as histórias que ele tem. Nunca andei de trem.
só em sonho,  quando ele passa eu me vejo dentro e vou...
viagem rápida que dura o tempo do apito se perder distante, e eu novamente me encontrar no mesmo quarto( estação mais próxima da minha partida e da minha chegada)

só sei que ele mexe comigo toda vez que passa, 
toda vez que apita.
ele mexe  com alguma coisa lá dentro de mim,
mexe com as minhas memórias,
com as minhas saudades.
ele arranca de mim o que guardo e nem sei o quê,
nem sei de quando,
de que tempo, de que vida vivi

esse trem me guarda um segredo que se arrasta anos à fio.
sempre me agonia quando ele dá sinal que está vindo. 
mas é uma agonia boa, já nem sei viver sem ela.
eu vivo nessa passagem uns segundos de mim, 
daquela parte que não me sei.

aquele apito é quase música de ninar minha noite, de preparar o meu sono. 
um pré sonho para o caso de eu não sonhar.


aquele trem, velho e pesado tem um quê que eu não sei dizer, uma interrogação que não sei explicar...
ele me arrebata.
desconheço a sua história...

regina ragazzi