Lembranças

Enquanto ela assistia o filme as lembranças iam voltando ...

Era uma casa de loucos.
Quantas foram as vezes que ele esteve ali? Já tinha perdido a conta.
Um lugar frio, sombrio, silencioso(quando ninguém gritava, o que era difícil...).
Dessas tantas vezes, só as últimas ela teve corgem de visitá-lo.
Não suportava entrar naquele lugar, olhar aquelas pessoas, conviver com uma realidade que ela não estava preparada para encarar.
Dentro de casa era diferente.Dava para controlar.
Mesmo que não desse, era obrigada a enfrentar, e mais, muitas vezes tomar frente ...
Um desgaste e tanto para todo mundo. Coisa que muda a vida das pessoas.
Então elas percebem que a vida não é  mesmo  cor-de-rosa,

Às vezes suas tonalidades são cinza ou negro...

Tinha pena que quem estava ali. Aqueles rostos, muitos ainda tão jovens, e se perguntava POR QUE??
Ele não era louco, nem viciado. Era um depressivo crônico.
De vez em quando perdia o controle e sua aparente apatia se transformava numa fúria incontida.
Aí não havia outro jeito senão deixá-lo lá , por alguns dias, até se acalmar.
Ela se sentia culpada por inúmeras vezes ter sustentado essa decisão de deixá-lo por mais tempo l se tratando.
Não era por maldade. Ela só queria que ele ficasse bem.
Mas o coração e a consciência doíam demais. E ela perdia a paz.
Havia época de calmaria. Parecia que nunca mais iria acontecer.
Mas ela sabia que era pura ilusão. E por isso estava sempre alerta, preocupada.
Sabia que a qualquer hora, a qualquer momento, a dinamite podia explodir.
Era ruim viver assim ...

regina ragazzi