Pensando...

Como passar para o papel esse enorme e complexo emaranhado de sentimentos e emoções que tomam conta do nosso pensamento, da nossa alma, do nosso coração...
Como desembaraçar tão tênues fios desse novelo, se nem sabemos onde ele começa e onde termina...
Não é simples, não é fácil, Não bastam meia dúzia de palavras.
E nem se fossem mil, ainda não seriam suficientes para traduzir o que de fato está dentro da nossa mente.
A gente tenta de alguma forma exteriorizar o que senti, Uma comunicação escrita, verbal, através de gestos, de olhares...
Mas quem será que entende realmente o que estamos dizendo?
Será que nós mesmos entendemos o que nós estamos dizendo?
Há um mistério em cada um de nós que nem nós mesmos conseguimos desvendar.
Há um medo, um receio talvez, que nos impede muitas vezes de sermos verdadeiros, honestos... até com nós mesmos.Fruto talvez de traumas que vamos colecionando pela vida afora. Ou quem sabe já os trouxemos de nossas outras vidas...(Se é que elas existiram mesmo... ainda não sei...)
Hoje fiquei por um tempo pensando nisso. São tantas as perguntas que me faço e para  tantas delas não encontro respostas... 
Aí me lembrei de um poema que escrevi a pouco tempo e que acho que é a tradução quase exata  dessa
minha procura, dessa introspecção em que vivo.
Acho que eu o escrevi mais para mim do que para qualquer outra pessoa.
Porque ainda não me conheço...

Leia-me

 

Leia-me no que não escrevo

Nos vãos em meu peito

Na minh'alma quando adormecida

Leia-me nas entrelinhas da fala

Ou quando minha boca se cala

E lhe esboça o maior sorriso

Leia-me nas minhas ausências

Nos meus silêncios provocativos

Não se atenha aos meus versos inúteis

Sou mais do que minhas mãos rabiscam

Leia-me nas canções que ainda não ouvi

Nos livros que ainda não li

Nos sonhos que ainda não sonhei

Leia-me...

Descubra o que há de ruim e de bom em mim

Mas não me diga, não quero saber

Leia somente e guarde para si

regina ragazzi