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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dom...dom...dom...

Dom...Dom... Dom ... 

Meu irmão tinha um violão
Não!
Um violão tinha o meu irmão
Ficou pior!!
Eu tinha um irmão que tinha um violão
Tá quase...
Eu tenho um irmão (ou será que não?)
Que tinha um violão...
Deixa assim...

Naquele tempo, a gente sentava na escada de casa
com alguns amigos
E enquanto ele dedilhava, a gente cantava
Alguns bebiam, outros fumavam
A maioria bebia e fumava
Eu não bebia, nem fumava... só cantava

Eram noites lindas de lua e estrela
Éramos tão jovens e cheios de sonhos
Ficávamos ali até de madrugada
Envolvidos pela música, pela lua, pela brisa
Só isso nos bastava

Naquele tempo, eu não gostava de poesia
Eu já gostava de escrever, mas nunca poesia
Mas ela já estava em mim
Naqueles versos que eu ouvia e que me encantavam
Naqueles acordes...

Talvez se tivéssemos continuado nos reunindo assim
Certamente a poesia teria se aflorado mais cedo em mim
Mas...
Um dia o violão ficou mudo...
Não!
 Meu irmão ficou mudo
Também não
Acho que a nossa cantoria estava incomodando
alguém lá de cima
Então, eu não sei,
Esse alguém desceu e ao invés de levar o violão
levou meu irmão...
Nesse dia não tinha lua, nem estrela
Caiu uma chuva forte
Acabou a nossa alegria

O violão foi passando de mão em mão
Mas ninguém conseguia tocar nele
com a mesma melodia
Apesar dos acordes serem os mesmos...

Depois disso, já vieram e se foram
muitas noites enluaradas
Mas nenhuma como aquelas...

De vez em quando olho lá pra cima
e ouço um cântico lindo
Acho que o levaram  por isso...


regina ragazzi














10 comentários:

  1. Lindo e comovente.
    Tenha um moa semana.
    Beijos.

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  2. Poesia maravilhosa amiga. Parabéns!
    Bjinhos no ♥

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  3. Amiga, me emocionei, muito singelo, poesia cheia de amor. Adorei mesmo, parabéns e continue assim. Boa semana.

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  4. Gostei dos teus versos, Regina, parabéns!

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  5. regina - brincou com as palavras, descreveu vida, descreveu você. muito precioso o texto ao som da linda cançao da james taylor. abraços lamarque

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  6. Os acordes são como versos
    ficam gravados dentro da gente
    mesmo o violonista encantado
    nos céus de estrelas
    o violão guardado solitariamente
    com seus acordes e notas
    caladas
    sem cordas abandonado quebrado
    escutamos os dedilhados
    dos acordes tocados
    por que o rouxinol que mora
    em si bemol
    nunca morre
    sempre volta a cantar
    nas noites de luar
    nas manhãs de sol.

    Luiz Alfredo - poeta

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  7. Seu irmão e o violão, meu sobrinho e a bateria... quem sabe, formem uma banda?

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  8. ele veio para mostrar a beleza de se ser feliz... quanta beleza no texto, muito bem construido... bjuuu (eu criei um novo estilo de poesia, vem conhecer o Mindim, ele é lindo e cativador e sempre aceita e convida os poetas a serem autores de seu blog e esta te esperando. bjuuu)

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  9. esqueci de deixar o endereço do Mindim http://mindimlunadiprimo.blogspot.com.br/

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Obrigada por ter vindo. Deixe seu comentário. Bj carinhoso