Ontem o Lucas me ligou todo feliz da casa do pai dele pra contar uma novidade
-Vovó ganhei um periquito!!
E prá pedir...
- Posso levar ele??
Ai... meu Deus, não acredito!!
Tentei fazê-lo desistir do tal presente
-Mas Lucas eu já não ti falei que não gosto de passarinho preso na gaiola? Te ensinei que passarinho tem que ser livre, que ele fica triste quando está preso?
- Ah vovó... deixa, deixa....
Será que ele não entendeu??
-Lucas... não gosto de passarinho na gaiola.
-Ah vovó, ele é tão bonitinho!! Deixa, deixa...
Afff!!!!!
A idéia de ter um pássaro aqui em casa preso numa gaiola me deixou ansiosa, angustiada.Eu queria dizer não, mas não consegui. Muito a contra-gosto eu concordei.
Pra não me sentir tão culpada pensei que talvez o bichinho não estivesse tão triste assim, afinal foi criado no cativeiro e se o soltasse agora ele até morreria... ou não!!??
Ai que dó!
Daí a pouco chega ele com o periquito!
´Não sei dizer o que senti, acho que vontade de chorar...
Meu Deus, que coisinha mais linda...
O corpinho dele de um verde azulado lindo, pescocinho branco e a cabecinha cinza.
Olhos muito vivos, piscando sem parar, olhando meio assustado pra mim.
Me apaixonei por ele na hora e odiei aquela gaiola. Mas nem pensei em soltá-lo.
De repente me pareceu tão indefeso e seria uma judiação.deixá-lo solto, sem saber pra onde ir.
Liguei pro meu marido apavorada.
-Não sei o que fazer com o bichinho.
Ele riu da minha voz chorosa e desesperada e só respondeu:
-Cuida dele.
Afff... ajudou muito...
Liguei pra minha filha pra contar que o Lucas ganhou o passarinho. E já fui falando que ia mandá-lo pra casa dela pra ela e o marido cuidarem. O Lucas fica mais lá do que aqui.
Ela ficou meio em dúvida e respondeu:
-Tá bom, amanhã a gente vê isso.
Cuidei do bichinho, coloquei o jornal no fundo da gaiola, coloquei água, a comidinha dele...
O Lucas todo alvoraçado querendo brincar com o coitadinho. Se deixasse ele queria pegar o bichinho no colo.
-Lucas passarinho não é igual cachorro. Ele ficou meio decepcionado..rs
Mais tarde, quando todos dormiam fui à cozinha onde o deixei num cantinho, protegido do vento e de outros bichos que por ventura poderiam aparecer.
Sentei num banquinho e fiquei lá um tempo, olhando pra ele, conversando.
Pedi desculpa, disse que não queria que ele estivesse ali.
Fui falando um monte de coisas.
Ele me olhava, olho no olho e eu me desmanchava de tanta culpa.
Fiquei com pena de deixa-lo ali, sozinho, preso, no escuro...mas eu precisava dormir.
Então me despedi, apaguei a luz e desci.
Hoje cedinho, acordei e a primeira coisa que fiz foi cuidar dele.
Fui cuidando e falando com ele.
De vez em quando ele me respondia.
Daqui a pouco minha filha chega.
E agora o que é que eu faço?
Descobri que não quero que ele vá...
regina ragazzi
Limerique
ResponderExcluirEra uma vez um periquitinho
Verde azulado bem bonitinho
Que vivia na prisão
Em tristonha solidão
Que poeta acolheu em seu ninho.
A Laurinha, minha sobrinha, ganhou uma calopsita e foi um auê também, mas hoje ninguém mais sabe viver sem a LOLINHA que é uma fofura... onde a Laura vai leva a menininha na gaiola... Esses bichinhos nos encantam e aprendemos a cuidar deles com muito carinho num piscar de olhos...
ResponderExcluirBeijinhos, amiga!!!
Regina, minha doce Regina,
ResponderExcluirQue história linda, amiga! Que dilema! Eu, se fosse vc, ficaria com o periquitinho! CLARO! TEM CERTAS COISAS QUE NÃO PODEMOS MODIFICAR! Ame-o, cuide dele e, de vez em quando, até o tire da gaiola e o acaricie! Ele vai adorar! Carinho de mãe-avó! Ele já tem nome? Eu daria o nome de Tiquinho! Beijos em seu coração e tenha uma boa escolha!
Martha
vá ver a minha história de hoje!
Ai... que dilema! Uma vez, meu sogro cismou em dar-nos um canário de presente. Eu disse a ele que se ele me desse, eu o soltaria. "Mas ele vai morrer!", ele disse. Mas eu respondi que pelo menos, ele morreria feliz. Bem, ele não me deu o canário.
ResponderExcluirFiquei acompanhando a história, buscando sentir o que você estava sentindo...Difícil resolver quando é o amor que está falando...
ResponderExcluirBeijos.
Eis nossas dicotomias, amiga Regina. Um abraço. Tenhas uma linda semana.
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