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domingo, 4 de setembro de 2011

Mais uma de Casimiro de Abreu


Flores do Coração

A aurora assoma - e a terra doma
Co'extensa coma rubra cor;
Nesta hora maga suspira a vaga,
E a brisa afaga no ramo a flor.

Hora de encantos que só tem cantos,
Ternos quebrantos que amor produz,
Além serpeia a argêntea veia,
E a ave gorgeia saudando a luz.

Que primavera!... - ai! quem me dera
Qual doce hera que se une à flor,
Ver-me em teus braços, preso em teus laços,
E em teus regaços viver de -amor...

Foge a beleza, passa a nobreza,
Fica a pobreza se a parca vem!...
Vai com quem ama surgir além.

A aurora assoma e a terra doma
Co'a extensa coma  de rubra cor;
Nesta hora maga suspira a vaga,
E a brisa afaga no ramo a flor.

Vem, pois a donzela, que amor nos vela
E a brisa é bela e é manso o mar,
Nosso barquinho ali sozinho...
Parece um ninho que aguarda o par.

Casimiro de Abreu

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